“Temos grandes bundas!”

Foi a afirmação feita pelo chefe do departamento de Evolução Humana de Harvard, Daniel Lieberman.

Até 2006 não se tinha informações científicas sobre o motivo da discrepância do volume do músculos glúteo máximo em nossa espécie, mais especificamente no gênero Homo, quando comparada a outros primatas, como o Gorila ou o Chimpanzé, e a ancestrais diretos, como o Australopithecus.

Lieberman e seus colaboradores publicaram no periódico “The Journal of Experimental Biology” o artigo “The human gluteus maximus and its role in running” que sugere uma relação do aumento do volume do glúteo máximo com o fato de nossos ancestrais terem adquirido a capacidade de correr longas distâncias.

É importante lembrar que a adaptação evolutiva ocorre levando em conta relações de custo-benefício em múltiplos níveis, por exemplo, a pelve humana adaptou-se para permitir deslocamento mais eficiente em bipedia e parto ao mesmo tempo. Deste modo é arriscado falar que o glúteo máximo adaptou-se apenas para a corrida. (Quem tiver alguma dúvida, basta subir um terreno íngreme.) Contudo é bastante improvável que tal músculo tenha evoluído para levantar cargas de quatro apoios em cadeia cinética aberta… 😉

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Referência

Lieberman et al. Role of gluteus maximus in human running. The Journal of Experimental Biology 209, 2143-2155, 2006.

Fonte da imagem: http://anthroanatomica.blogspot.com.br/ do artista T Rogan

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