A expressão “WEIRD”, que em inglês significa “esquisito”,
é usada ironicamente como sigla para “Ocidental, Educado, Industrial, Rico e Democrático” (Western, Educated, Industrialized, Rich, And Democratic, no original).
Quem levantou essa bola foi o pessoal da Psicologia, contudo nas Ciências do Movimento a história não é muito diferente. A reflexão que devemos fazer é sobre 96% dos os participantes de pesquisas científicas em comportamento se encaixam nessa categoria. Além disso 68% são estadunidenses e a maioria alunos de graduação (visto a proximidade destes últimos com o ambiente acadêmico onde a maioria das pesquisas são feitas).
O problema é que tal amostra enviesada acaba servindo como fundamento para alegações científicas feitas sobre a natureza humana. Será que a espécie humana realmente está bem representada por ocidentais-estadunidenses-graduandos?
Como estabelecer parâmetros de “normalidade” do que seria ou não normal, saudável ou patológico, quando os participantes dos estudos foram e são influenciados pelos hábitos culturais contemporâneos e pelo nosso modo de vida?
Parece que o comum na pesquisa científica é que a amostra enviesada seja o próprio padrão… Portanto, devemos ser muito comedidos com as conclusões que tiramos de estudos. Apenas com uma visão evolutiva e antropológica podemos vir a ter uma noção mais realista da espécie humana.
Referência
Henrich J, Heine SJ, Norenzayan A. The weirdest people in the world? Behavioral and Brain Sciences; 33(2-3):61-83, 2010.
Parabens pela representação didatica do tempo e por investir esse seu tempo na produção desse material. Vou usar em aulas! Obrigada