As pessoas em geral reconhecem quais são os órgãos e as funções corporais que um médico cardiologista trata, não é mesmo?

Do mesmo modo as pessoas reconhecem prontamente qual sistema orgânico um neurologista investiga e trata.
Essa identificação imediata por parte da sociedade acontece também com o dentista e com outros profissionais de saúde, mas será que podemos dizer o mesmo do fisioterapeuta? Para a maioria das pessoas, o que o fisioterapeuta trata?

“A educação na Fisioterapia deveria enfatizar o diagnóstico de síndromes do movimento humano ao invés de focar primariamente em tratar condições baseadas no diagnóstico de outros profissionais de saúde.” [1] — como, por exemplo, diagnósticos anatomopatológicos, ou seja, de lesões teciduais ao invés de diagnósticos baseados em disfunção de movimento [2]. A Fisioterapia, enquanto Ciência e Campo da Saúde, se diferencia das demais profissões pelo uso do movimento para diagnosticar e tratar, entretanto muitas vezes na prática isso não ocorre. Nos últimos tempos os fisioterapeutas têm focado muito no desenvolvimento tecnológico de condutas passivas, como os recursos manuais, e negligenciado abordagem ativas como a cinesioterapia [3].

Contudo, não devemos esquecer que “o movimento é o núcleo da Fisioterapia”[1]. Sendo assim, pode ser que o uso de uma abordagem mais baseada no Sistema de Movimento Humano (SMH), além de ser mais condizente com a atuação da Fisioterapia, ajude o fisioterapeuta a adquirir uma maior identidade profissional perante a sociedade e a população. Tal falta de identidade profissional perante a sociedade parece existir, até mesmo, entre os próprios profissionais. O diagnóstico cinético-funcional, o uso da CIF, o modelo patocinesiológico/ cinesiopatológico de observar as condições musculoesqueléticas são bons exemplos do uso do SMH.

Como poderíamos aproveitar melhor esta importante abordagem sem deixar de lado a visão patoanatômica que tanto contribuiu para o progresso das Ciências da Saúde?
Como aplicar melhor o entendimento do movimento humano para diagnóstico e formulação de condutas?
Para saber mais você pode ler as referências abaixo ou assistir a nossa videoaula sobre Sistema de Movimento.

 

REFERÊNCIAS

Sahrmann SA. The Human Movement System: Our Professional Identity. Physical Therapy; 94(7):1034-1042, 2014.

Ludewig PM, Lawrence RL, Braman JP. What’s in a Name? Using Movement System Diagnoses Versus Pathoanatomic Diagnoses. J Orthop Sports Phys Ther 2013;43(5):280–283.

Nyland JA. Redirecting the Thrust to Put “Therapeutic” Back Into Therapeutic Exercise. J Orthop Sport Phys Ther; 45(3):148-150, 2015. doi:10.2519/jospt.2015.0103

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